quinta-feira, 27 de junho de 2013

Enfermagem vs Ensino

Anda a circular pelo facebook a página da capa do Diário de Notícias, que faz alusão a uma exigência de algumas profissões, tendo em conta os seus horários e os horários dos professores. Com alguns comentários em tons depreciativos para com os docentes, do género "O que nós fazemos é que e bom, difícil e importante, o que eles fazem é fácil e não vale para nada!" Uma dessas profissões é a Enfermagem.
Vamos por partes. Antes de tudo, as pessoas devem saber do que falam antes de se exprimirem…pois correm o risco de dizer asneiras. Quanto aos horários dos professores, eu só digo uma coisa. Saio do meu trabalho e vou à minha vida. Por muitas situações complicadas que viva no trabalho, por situações que vão para lá da resistência humana, saio de lá e posso tentar passar as horas fora do local do trabalho sem pensar nele. Há professores (como em tudo há bons e maus profissionais, ou não haverá maus enfermeiros?) que chegam a casa após o trabalho e estão até às tantas a preparar as aulas do dia seguinte. Também passam fins-de-semana a fazer e corrigir testes e trabalhos. Mas essas horas não são contabilizadas nas horas de trabalho semanal (não sei se o novo horário atribuído aos professores engloba já esta situação). Tenho um pai professor e foram muitas as horas que me vi privado da sua presença em função de testes a ser corrigidos e aulas a ser preparadas. Não, não foi a dar explicações.
Depois há esta situação tão típica portuguesa, diria mais uma mania, que é a de querermos o nosso bem com o mal dos outros...os professores ganham mais? Parabéns a eles...temos é que fazer nós por ganharmos mais também. Não é o que eles ganham que está mal, é o que nós ganhamos (nós classe, que eu nem em Portugal trabalho).
Reivindiquemos o que merecemos pelo valor que tem a nossa profissão, que é muito, e deixemo-nos de dizer que merecemos isto e aquilo porque os outros também têm! Podemos isso sim aprender com os outros a nível de união, porque se fossemos unidos, jamais um enfermeiro aceitaria trabalhar pelos valores ridículos que vamos vendo por aí! Valorizamos e exigimos tanto pelo que fazemos, para vendermos o nosso trabalho em seguida por tuta e meia?

Meus colegas, a culpa de muitas coisas que passam na Enfermagem em Portugal é nossa e de mais ninguém...o resto é atirar areia para os olhos.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Nelson Mandela...o prolongar do Homem ou do sofrimento?

O carismático líder Sul-Africano está a ponto de cumprir 95 anos. Lamentavelmente, encontra-se num estado de saúde crítico, estando internado há vários dias. Mas o meu lamento fica-se por aqui.
Independentemente da pessoa que seja, sou contra o prolongar da vida quando já não há vida a ser prolongada. Desconheço o estado de saúde física e mental deste grande senhor. Tal como desconheço o sofrimento pelo qual possa estar a passar. Daí não entender frases do género “Recupera-te Madiba!”.
Como qualquer doente, quero o melhor para ele…seja o melhor a sua recuperação ou deixar este mundo. Não me parece justo para com o Homem Nelson Mandela, prolongar o seu sofrimento, apenas e só, porque as pessoas têm pena que morra. Um Homem que já muito passou nesta vida e que deixa um legado que perdurará para sempre.

Um Homem de 94 anos que se fosse apenas um homem, tenho a certeza que já não estava entre nós. Com todo o respeito que me merece (e creio que de todo o mundo), seja quando for, que parta em paz…e obrigado por tudo!

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Greve dos professores...

Hoje é dia de greve dos professores. Greve marcada para um dia de exames nacionais. Controversa gerada, inúmeros textos de opinião, apenas de gente ignorante da situação dos docentes e que apenas revelam uma coisa…hipocrisia.
Em primeiro lugar, a greve é um direito, senão universal, nacional, de todos os trabalhadores. Que digam, como li por aí, que os professores do sector privado, que até ganham menos, não fazem greve por amor à causa, é pura demagogia. Não fazem porque seriam despedidos (assim como qualquer trabalhador do sector privado, excepto os dos transportes públicos de Lisboa), não fazem pela situação precária que passam. Se pudessem seriam os primeiros a fazer greve. Então, aqui o que está mal? Penso que será o atropelo pelos direitos dos trabalhadores…não quem fez greve.
Em segundo lugar, pelo que vejo, as greves só têm impacto se algo de importante for afectado. Nesse sentido, não poderia haver greve de enfermeiros, pois está em causa a saúde dos doentes…claro que nas nossas têm que haver sempre cuidados mínimos, mas certamente não é a mesma coisa. Um exame não é uma operação de urgência. Uma operação programada pode ser adiada. É o caso dos exames. Estamos a subverter os valores, a extrapolar uma coisa que é de fácil resolução. Não fazem hoje, fazem noutro dia. Um aluno que esteja preparado para fazer hoje um exame, tem que estar preparado para fazer o exame, caso fosse preciso, amanhã, ou daqui a uma semana…os exames de 12º ano têm que ter uma preparação anual…aqui está o subverter dos valores. A passar por coitadinhos alunos que têm que estar mais que preparados nesta altura do ano.
Em terceiro lugar, os professores estão a passar uma situação que passam milhares de outros funcionários públicos. Todos têm motivos de queixas. Têm culpa os professores de as outras profissões nada fazerem?
Em quarto lugar, li por aí (mais uma (de)mente genial), que era de baixo nível os professores usarem os alunos como meio de “chantagem”, por assim dizer. Quando se faz greve, a “chantagem” passa sempre pela falta de produtividade laboral, com as respetivas consequências para quem usufrui dos serviços das empresas e para estas mesmas. Se bem que a empresa neste caso até deve ter ficado contente pelo que não vai gastar ao não ter que pagar este dia aos professores. E terão sido os professores a usar os alunos ou o governo, na sua intransigência de não mudar a data do exame, mesmo com greve anunciada? O governo é que usou os alunos como escudo, protegeu-se atrás dos mais prejudicados (se se pode falar em verdadeiros prejuízo).
Em quinto lugar, o único senão foi mesmo uns terem feito exame e outros não. Partindo do que disse no ponto anterior, o governo é que deve ser responsabilizado, pois ao saber da greve, não tomou uma medida que proporcionasse a realização simultânea do exame a todos os alunos.
Em sexto lugar, se houve realização de provas em alguns casos, foi porque houve professores que foram convocados para a vigilância das provas que pouco têm a ver com o ensino secundário. Se fossem só os professores do secundário a vigiar a prova, como em anos anteriores, muitos mais alunos teriam ficado com exame por fazer. Já é difícil uma classe profissional ser unida, impossível ser a 100%. E quando se misturam alhos com bugalhos ainda mais.

Para finalizar, não acredito que isto venha a trazer muitos problemas a quem vai fazer o exame dentro de dias. Como se costuma dizer, a montanha vai parir um rato. E um conselho aos alunos indignados…perdoem-me os bons alunos, os aplicados, mas esses não são a maioria. Muitos dos que reclamam, aposto que até agradecem mais uns dias para estudar…aproveitem para o fazer!

sábado, 8 de junho de 2013

O meu sincero obrigado!

Mais um ano passou, mais um sem número de experiências que foram vividas e desfrutadas ao máximo.
Fortaleci velhas amizades e conheci novas pessoas a quem posso já chamar de amigos.
Vi a família a crescer com a chegada de vários pequenotes, um deles o meu afilhado. Passei outros momentos no seio de quem mais me quer. Volto a dizer, melhor família não podia ter.
Vivi situações mais complicadas, mas sempre com a noção que o caminho é em frente, temos é que ter as ferramentas necessárias para construir esse caminho.
Mais um ano passou e não me sinto mais velho…sinto, isso sim, que cresci. Como enfermeiro, como karateca, como pessoa.
Ontem trabalhei, como já trabalhei muitos dias de festa até hoje. É a vida que escolhi, sem qualquer tipo de arrependimento. Por isso fui trabalhar com a mesma alegria e vontade de sempre. Ajudar quem mais precisa é a prenda máxima que posso receber.
Para hoje fica a celebração com a família e com os amigos. Com as pessoas que mais gosto. Não com todos, pois tenho algumas pessoas que muito me dizem um pouco longe. Porém, essas estão sempre comigo em pensamento.

Termino, agradecendo todas as mensagens e chamadas que recebi ontem a felicitar-me. A todas as pessoas que o fizeram, sem exceção, o meu mais sincero obrigado.