segunda-feira, 30 de junho de 2014

A culpa? Não é do outro, é nossa!


Assistimos, cada vez mais, a uma constante supressão de postos de trabalho em funções em que é o próprio cliente a substituir o trabalhador suprimido! E custa-me muito a entender isto.
Se no emprego nos metem mais trabalho em cima, reclamamos aos sete ventos, mesmo que estejamos a ser pagos para isso. Nestes casos, que somos clientes e pagamos, trabalhamos e nem reclamamos. E alguns ainda acreditam na lenga lenga do “fica mais barato!”
Apenas abordarei três casos, mas haverá mais certamente. Caixas de supermercados, postos de gasolina e portagens.
Recentemente há hipermercados que estão a substituir os empregados das caixas…não por máquinas, mas pelos clientes em si. As máquinas que nos parecem novas e diferentes, não são mais que as que havia, mas agora viradas para o cliente, para que este possa fazer todo o trabalho que antes era feito por um empregado. É um processo que não agiliza em nada a vida ao cliente, nem baixa os preços dos produtos comprados. Apenas busca o lucro dos patrões. O cliente regista, efectua o pagamento, e coloca ele mesmo as coisas nos sacos. Genial!
Outro caso já não tão recente, é os postos de gasolina que não têm quem abasteça o carro dos clientes. Estes já pagam um balúrdio pelo produto e ainda são eles que fazem o trabalho. Poder-se-ia dizer que só assim é possível ter as gasolineiras low cost, mas não podemos. Isto é prática não apenas nas de baixo custo. Como se justifica isto nas áreas de serviço, onde o produto é ainda mais caro? Mais uma vez, um processo em que nada agiliza a vida ao cliente (este tem que sair do carro, abastecer, ir pagar) nem baixa o preço final do produto. Ou seja, lucro para os patrões!
Terceiro e último caso, as portagens…e a supressão dos portageiros. Há uns anos assistimos à criação da via verde. Eu em contra não tenho nada, é um processo que visa facilitar a vida do cliente, não trazendo mais custos a este (talvez tirando o da aquisição do aparelho, mas valor superado pelo que se poupa no para/arranca nas filas para pagar). Critico, isso sim, as portagens sem portageiro. Aquelas em que temos a máquina a substituir o trabalhador (dos três casos que referi, é o único em que a máquina substitui mesmo o homem). Mais um sistema que atrasa o processo em si (muito mais rápido com uma pessoa a receber o pagamento) e apenas dá lucro aos patrões!
São três casos, mas certamente há mais. Vemos isto todos os dias. Bem, eu todos os dias não vejo porque em Espanha, até ver, ainda não assisto a isto. Às tantas na nossa inteligência superior pensamos “Ah, que atrasados estão!”, mas eu prefiro que se mantenham atrasados e “burros”! Atenção, a culpa disto é minha e de todos os que usufruem destas empresas. Dos três casos que falei, o mais difícil de evitar é o das gasolineiras. Poucas alternativas há se queremos continuar a andar de carro. Quanto aos outros dois, ainda vão tendo quer caixas quer pórticos com pessoas…poucas, mas ainda há. Ou seja, é uma opção do cliente optar pela pessoa ou pela máquina.
Numa altura que a falta de emprego é enorme, nós ajudamos e compactuamos, com o nosso silêncio, a piorar a situação!

Dizem que é a tecnologia e o seu avanço. Eu digo que é a estupidez humana, em grau muito elevado, aproveitada pela esperteza de alguns.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Star Wars, prolongar a história, vale a pena?

Ao que parece estão a fazer um sétimo episódio da saga Star Wars e, apesar de ter recebido com relutância tal notícia, fui rever os outros seis filmes. Revi pela segunda vez os três mais recentes e pela centésima vez os mais antigos.
Na minha opinião, se a saga começa em 1977 com os três mais recentes, seria um fracasso. Eu sou fanático pelos três filmes mais antigos, estão com efeitos especiais fantásticos, ainda actuais, dando uma ideia de filmes sérios. A história fantástica, principalmente para quem gosta do género, com um passado aberto e por contar. Não sei porquê, sempre associei os Jedis a Karatecas, com a sua filosofia e ética. Às tantas daí o gosto pelas duas coisas.
Foi esse passado que os três filmes mais recentes contaram. Recebi a notícia da sua produção com ansiedade. O meu mundo estava de volta, com a possibilidade de efeitos melhores e mais credíveis (pensava eu que ia ser possível). Pura desilusão. O filmes são um desenrolar de efeitos especiais, sim senhor, mas que fazem daquilo um filme mais de fantasia que outra coisa qualquer. Quase desenhos animados. Preferia as naves dos antigos! Claro que a história é na mesma contada, fico-me com isso. Mas preferia que fosse com os meios de antigamente. Com a seriedade dada aos primeiros filmes. Destes três últimos, o menos mau é o terceiro…creio que apenas pela cena final do nascimento de Darth Vader.

Por isso não sei o que vem aí com mais três filmes, não vejo nada mais a acrescentar ao mundo Star Wars. Há o risco de se perder a identidade conseguida nos filmes mais antigos e que os últimos não tiveram.
Claro que irei ver os filmes. O meu fanatismo impede-me de não os ir ver. Mas receio o que vá ver.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Dizer obrigado é pouco…

Antes de mais quero agradecer a todas as pessoas que me felicitaram no meu aniversário. Seja pessoalmente, por chamada, por mensagem ou via rede social. Obrigado por perderem um pouco do vosso tempo.
Porém, o meu agradecimento maior tem que ir para todas aquelas pessoas que me fizeram sentir em casa e em família, mesmo estando em Barcelona. Pessoas com quem não estou muitas vezes (algumas só quando vou lá ou de passagem a Venade), pessoas que não conhecia e, segundo se diz por bandas espanholas, que fiquei “encantado” de conhecê-las…e, como não podia deixar de ser, aos protagonistas deste fim-de-semana. Ao meu grande Amigo (por muitos “grandes” que escrevesse nunca seriam suficientes) Filipe e à “N”, agora sua esposa, e também uma grande amiga, pois desde que se conheceram somos dois a aturar o rapaz!
Foi um aniversário felicitado em dois dias, mas celebrado principalmente na fantástica festa do casamento deles. Sem desprimor para qualquer casamento a que já assisti, pois fui com uma forte amizade a eles todos, nunca me diverti tanto. Podia ter sido na praia, num parque de campismo, sei lá! A festa seria a mesma. Companhia de excelência à mesa, tolos quanto baste! Nenhum momento de aborrecimento, de silêncios constrangedores tão normais de acontecer quando se está com pessoas com quem pouca relação (em termos de tempo) temos.
O baile, mais parecia um “bailarico de verão”, sem parar, com surpresas quer dos noivos, quer dos convidados. Uma prova de resistência que a maior parte superou. E um desfecho em grande com o noivo a voar para a piscina!
Por tudo isto e por tudo o que não consegui transmitir por palavras, repito, o meu mais sincero obrigado. É nestas alturas que percebo o quanto a palavra pode ser curta para explicar o que sentimos.

Para terminar, uma palavra aos protagonistas do fim-de-semana. Não é preciso dizê-lo porque sei que o vão ser, mas…sejam Felizes!

quinta-feira, 5 de junho de 2014

O Rato do Campo e o Rato da Cidade…versão contemporânea!

O início...algures no ano de 2002!
Longe andava eu de imaginar que, com a minha entrada para a universidade, iria ser um dos protagonistas da nova e diferente versão de uma das histórias da minha infância. O Rato do Campo e o Rato da Cidade.
Num novo meio, numa nova cidade, a pessoa a quem mais me liguei foi aquela que à primeira vista menos teria a ver comigo. Originários de mundos e meios diferentes. Maneiras de ver as coisas diferentes, muitas vezes completamente opostas. Tal como os ratos da história tradicional. Primos afastados, que de primos pouco teriam. Um do “campo”, outro da “cidade”.
Versão Bucha e Estica!
E por aqui ficam as semelhanças com a história conhecida. Com o passar do tempo fomos escrevendo as linhas dum novo conto, provando que o respeito pelas diferenças dos outros é a base para uma sólida e sincera amizade. De um lado o Filipe (aquela pessoa que menos precisará de anonimato neste espaço) e do outro lado o Jorge. Amigos inseparáveis, quer nas alegrias, quer nas agruras proporcionadas pelo nosso percurso académico.
E por coincidência tornamo-nos ratos. Algo mais a unir-nos, algo em comum. Algo que sempre pautou a nossa amizade, boa disposição e risadas até doer a barriga. Horas e horas a fio de conversas e de ensaios. Algo que eu nunca acreditei que funcionasse (pela minha parte, nunca pela dele). Algo que ficou escrito e gravado, para um dia mais tarde recordar.
Acabado o percurso académico, muitas amizades seguiram outros caminhos. Pelas próprias circunstâncias da vida, pela distância, por desinteresse. A nossa, apesar de seguirmos caminhos diferentes, embora com um milhar de quilómetros a separar-nos, manteve-se firme, coesa. Contudo, mudou…cresceu, amadureceu, aproveitando-se cada momento ao máximo. Deu-se mais valor a uma amizade que se mantém intacta, como se nos tivéssemos visto sempre no dia anterior.
Dum lado o Filipe...
...do outro lado o Jorge!
E posso garantir que esta nossa história é uma história inacabada, que se vai manter assim até que a morte nos separe (calminha, nada de confusões, somos muito machos!). Não tenho dúvidas. As ideias podem ser diferentes, os pensamentos também, mas o essencial é a partilha de princípios. E apesar de sermos diferentes, nesse aspeto somos muito iguais.

Aproxima-se um dia muito especial para ti, meu Amigo. Sei da importância dele para ti e imagino a questão que fizesses e fazes em que eu estivesse e esteja presente. Não te preocupes, igual questão fazia e faço eu em estar contigo neste dia. E vou estar. Para te dar um forte e sentido abraço, ver se o nó fica bem apertado e se a noiva não muda de opinião…e dar-te um cachaço quando menos esperes!





Maganão e Queijo Jeitoso...





...uma vez ratos, Rato Barulhento para sempre!










Seja em Barcelona...


...seja em Pontevedra...








...seja em situações de apuro...

...sempre com alegria e amizade!



quarta-feira, 4 de junho de 2014

Os tontos alegres!

Muito se fala na busca da felicidade, nos árduos caminhos na procura de um estado permanente para o resto da vida. E é pensar na felicidade como algo que pode ser permanente, nessa perigosa ilusão, que nos leva ao perigoso limbo do abismo.
De um modo geral, a vida é um contínuo (e porque não, cíclico?) equilíbrio entre felicidade e infelicidade, de momentos de alegria e de tristeza. Creio que apenas podem escapar a este ciclo aquelas pessoas sem preocupações, sem compromissos, sem laços, aqueles que eu costumo chamar de tontos alegres. Uma vida sem objetivos (não falo de um plano rigoroso), no fundo, uma vida do tipo “andar aqui por ver andar os outros”, pode ser uma vida que permita essa felicidade eterna a quem nada dela exige. Pois a infelicidade vem da exigência que colocámos em nós em relação aos outros e também nos outros em relação a nós.
Um estudante depende das notas para ser feliz, um atleta dos resultados das competições, um pai do sucesso do filho, um filho do bem do pai…apenas e só, se houver compromissos ou laços criados. Quem não os tem, pode conseguir a felicidade contínua.
Por isso às vezes gostava de ser um desses tontos. Mas depois penso um pouco mais e a pessoa que sou não teria sentido de ser sem tudo aquilo que me pode levar ao risco da infelicidade…os laços com as pessoas que mais quero, o compromisso que tenho com a minha profissão, a responsabilidade que tenho em várias outras vertentes da vida.

Podemos ser felizes sendo tontos, mas creio que só poderemos dar valor à felicidade que conseguimos se houver algum risco/esforço na sua obtenção.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Parabéns a um amigo, a um poeta…

Tentativas

Tanto poeta tentando definir o Amor.
Tanto prosador tentando explicar o Amor.
Tanto pensador tentando falar sobre o Amor.
Tanta gente querendo o Amor.
Amar…

O Amor não se define,
Não se explica,
Não se fala.

O Amor Existe.
Vive-se.
Está.
É.

Nuno Vieira de Carvalho, 26 de Fevereiro de 2014


Publicado in Ilusão, Abril de 2014


Muitas vezes quando se faz referência aos tempos da universidade fala-se sobre amigos ou colegas que ficaram ou de alguns professores que possam ter marcado de alguma forma o nosso percurso.
Eu não fujo à regra. Mas no meu caso acrescentaria outras pessoas, que trabalhando de forma não tão visível (ou será que até é visível e nós é que não queremos ver?) ajudaram a que o meu percurso académico chegasse a bom porto.
Falo dos demais funcionários da universidade. Não vou mencionar ninguém em especial, pois há sempre o risco de não referir alguém e não gosto de ser desagradável…principalmente para quem não o merece. Talvez pela escola ser pequena, tive a possibilidade de conhecer praticamente a todos e quando falo em conhecer falo de saber como se chamam, o que fazem e ter o prazer de conviver com eles, nem que seja por pequenos momentos. Nenhum deles é, nem foi pessoa anónima no meu percurso.
Por paradoxal que possa parecer, sempre que lá volto, as primeiras pessoas que procuro são estas, aquelas que me mostraram e ensinaram algo que, para mim, é das coisas mais importantes num enfermeiro…o lado humano e relacional.
Na sexta-feira voltei à escola e voltei por um motivo específico. Voltei por uma destas pessoas, uma das que posso chamar de amigo, mesmo que a convivência seja diminuta. Mais que a apresentação de um livro de poesia, foi a apresentação de um poeta. Naquele auditório, no palco onde muitas vezes essa pessoa ajudou a dar brilho a algumas brincadeiras que fiz em tempos idos, ontem, foi essa mesma pessoa a ser o dono e estrela do palco.
Os meus parabéns mais uma vez a um Poeta da Vida, que tem um raro dom de fazer das palavras magia.